quinta-feira, 18 de novembro de 2010

E hoje eu acordei com meu sexto sentido

  Nas últimas semanas eu tenho adquirido o hábito de acordar e olhar o relógio várias vezes durante a noite, na noite passada não foi diferente, diante aqueles inúmeros sonhos eu só me lembro dos números iluminados que mostravam as diversas variações da minha consciência.Mas tinha algo diferente ali, eu podia ver o sol já ultrapassando as minhas janelas e cortinas, já tinha analisado o horário, mas o meu lapso não passava, o sono não voltava e minha memória já me prendia em momentos distantes.
  Não, alguma coisa realmente estava errada, eu pensei que poderia ser fome ou até excesso de claridade, mas isso não arderia tanto e muito menos me deixaria tão complexa, depois pensei que talvez meu relógio estivesse errado e que já estava na hora dos meus compromissos, mas não era nada disso e eu sabia lá no fundo o motivo de tanta incompreensão, na verdade, eu achava que eu sabia.
  Fazia tempo demais que eu não sabia nada sobre quem eu tanto conheço, fazia tempo demais que eu não chorava de rir, fazia tempo demais que eu não escutava sua voz, que eu não me perdia indiscretamente nesse tempo todo nosso.Era a tal da saudade, a mais pura e cruel ausência, que não passa com um analgésico ou com palavras bonitas, ela só passa quando ela quiser passar ou então quando... É, vamos esperar ela passar.
  O sono não voltou mesmo, e eu tive que me levantar, porque ficar ali largada na minha cama não ia me trazer um dia feliz, contei os meus passos como forma de ocupar minha fluente imaginação e sentei ao lado de  meu celular que havia ficado na sala aquele dia.
  Um toque, foi o suficiente para me arrepiar por completa e lá estava, não sendo fruto da minha imaginação:
  '6:17. 3 chamadas não atendidas'

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