sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Do sexo oposto

  Nós mulheres deveríamos nascer com um só codinome; ‘Estrago’. Porque por mais tranqüila e apática que uma de nós possa ser, a hora que revolvemos, acredite, a coisa vai acontecer, desestruturar e enlouquecer. Não tem mistério à parte, nós somos o próprio, e eles sabem, sentem.
  Observar, essa é a arte, e como conseqüência ganhamos o que chamo de soberania absoluta, aquela em que eles acham e mostram que comandam, mas que com uma simples mudança no tom de voz e uma inclinação no olhar, elas organizam tudo do jeito que bem entenderem, deixando a vidente subordinação somente à sensibilidade feminina. É esse o trunfo, auto-conhecimento da espécie, a comunicação autêntica, cada uma sabe deduzir inconscientemente o pensamento da outra e todo esse processo contribui não só para nos camuflarmos diante de opiniões peculiares, mas também para instigarmos o sexo oposto que se diz tão superior e não codifica simples caras e bocas.
  Sabemos articular, seja com a ardência ou com a serenidade, e acima de tudo, sabemos direcionar cada caso para aplicarmos a tendência correta. Quando conhecemos o caminho, o problema é um pouco maior, e isso homens, é indescritível, saber que aquele movimento vai trazer exatamente a reação esperada é maldosamente mágico.
  Apesar de ter dito várias vezes, eu não queria ser homem nem por um minuto, não queria perder a visão e muito menos a ganância de instigá-los. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Então, perdemos novamente o controle

  Seria relativamente fácil deixar passar, fugir, simplificar; mas junto com nosso currículo de anos acarretou-se uma coisa muito maior do que qualquer delimitação. Quando estamos lá, eu falo mais do que nunca, talvez até seja uma maneira de transbordar tamanha mistura de sentimentos e opiniões, perco a vergonha, o medo, o vazio.   
  As controversas não são pequenas nesse cenário todo, meus olhos quase sempre rumam outro ponto fixo, porque se focassem no antigo e caloroso lugar de costume, tudo poderia transparecer, mesmo que na verdade tudo esteja em carne viva, tudo esteja gritando, sufocando. Nós procuramos não nos tocarmos depois do singelo beijo de cumprimento e eu poderia sentir até de olhos fechados os movimentos ultrapassarem a linha do seu campo e discretamente procurarem algum vestígio meu, mas eles sempre param antes do golpe e retornam silenciados pela brisa de consciência que insistia em soprar, trazendo à tona toda a razão que deveríamos ter.   
  As lágrimas seguramente caem no final, elas dizem o que nossas bocas foram proibidas de falarem e fazerem. Tudo sempre gira em torno do de costume, e eu já nem me lembro mais quantas vezes nós tivemos esse tipo de conversa e não resolvemos nada, não saímos do mesmo lugar e das mesmas palavras politicamente corretas que felizmente ou infelizmente nunca saíram da teoria.  Pronto, é hora de ir embora, pra não variar eu perdi a noção do tempo e alguns quarteirões a mais circundam nossa despedida. Complicado, até agora não sei direito da onde veio tudo aquilo, da onde você veio, e lógico; por quê? O meu psicológico estava sendo severamente treinado para algumas atitudes daqui a aproximadamente um mês, mas ele se esquece que probabilidades nunca funcionaram conosco, e a única certeza que nós sempre embaçamos é sempre a que predomina no final, quando os pólos opostos gritam mais alto que a dor da última lágrima e você insiste que mais um abraço sufocaria o desejo fluente que se percebia pelo nosso toque, agora menos contido.  
  Não me orgulho de nada que possa ter acontecido, intimidade é uma coisa complicada, envaidecida, e isso tudo só me serviu pra destruir as teorias das últimas semanas e manter a primeira e única, que a cidade toda comenta e nós relutamos, pelo menos até o próximo reencontro. 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

E hoje eu acordei com meu sexto sentido

  Nas últimas semanas eu tenho adquirido o hábito de acordar e olhar o relógio várias vezes durante a noite, na noite passada não foi diferente, diante aqueles inúmeros sonhos eu só me lembro dos números iluminados que mostravam as diversas variações da minha consciência.Mas tinha algo diferente ali, eu podia ver o sol já ultrapassando as minhas janelas e cortinas, já tinha analisado o horário, mas o meu lapso não passava, o sono não voltava e minha memória já me prendia em momentos distantes.
  Não, alguma coisa realmente estava errada, eu pensei que poderia ser fome ou até excesso de claridade, mas isso não arderia tanto e muito menos me deixaria tão complexa, depois pensei que talvez meu relógio estivesse errado e que já estava na hora dos meus compromissos, mas não era nada disso e eu sabia lá no fundo o motivo de tanta incompreensão, na verdade, eu achava que eu sabia.
  Fazia tempo demais que eu não sabia nada sobre quem eu tanto conheço, fazia tempo demais que eu não chorava de rir, fazia tempo demais que eu não escutava sua voz, que eu não me perdia indiscretamente nesse tempo todo nosso.Era a tal da saudade, a mais pura e cruel ausência, que não passa com um analgésico ou com palavras bonitas, ela só passa quando ela quiser passar ou então quando... É, vamos esperar ela passar.
  O sono não voltou mesmo, e eu tive que me levantar, porque ficar ali largada na minha cama não ia me trazer um dia feliz, contei os meus passos como forma de ocupar minha fluente imaginação e sentei ao lado de  meu celular que havia ficado na sala aquele dia.
  Um toque, foi o suficiente para me arrepiar por completa e lá estava, não sendo fruto da minha imaginação:
  '6:17. 3 chamadas não atendidas'

domingo, 14 de novembro de 2010

Aos amigos distantes

  As vezes temos amigos distantes tão presentes que até nos esquecemos dos quilômetros e horas que separam nosso contato. Amigos estes, que te fazem rir quando você já não consegue articular um sorriso sozinha, que te ligam e te atendem na faculdade, no bar ou no shopping e perdem horas do seu tempo escutando lamentações e besteiras sem fundamento, amigos dos quais sentimos saudades trazendo aquela vontade inquietante de voar no tempo, de sentir o abraço, escutar a gargalhada...
  Os de verdade não se vão com a primavera ou com o verão, ficam ativos em um lugar chamado memória, e conseqüentemente se alastram por todo o cotidiano de cada qual, seja em um música, em uma foto ou uma mania engraçada que vocês conquistaram com a intimidade e a confiança.
  Não queria nenhum longe de mim, mas todos nós vamos seguir por uma estrada qualquer dia desses, vamos correr contra o tempo e contra a saudade, mais nunca em hipótese alguma contra o esquecimento e este não pega quem vivenciou das façanhas de passar os melhores dias mesmo sem definição certa do que fazer.
  Estou aqui, contando as semanas, os dias e os minutos, para poder abrir os olhos e ver cada expressão familiar, cada fala despojada e cada sorriso dos quais eu sinto tanta falta. Sinceramente, voltem logo por favor.
                                    
'Dedicado aquele de todas as horas, de todos os dias; Viny Cesar'. 

sábado, 13 de novembro de 2010

Depois da sua partida.

Você sente os pés tocando o chão, o chão frio, áspero, eu não tinha essa sensação há alguns meses e se pudesse escolher preferiria continuar aquecida contigo por todo o tempo que eu pudesse sustentar meu corpo no ar. Mas a noite anterior não tinha só trazido o chão aos meus pés, tinha derrubado com ela todo meu corpo, e eu podia sentir que nada correspondia, nenhum sistema, a não ser minha audição que insistia em ouvir as nossas ultimas palavras junto com tua ultima imagem, que eu sinceramente faço questão de não lembrar, pois ver quem você ama sofrer fere mais do que sua própria ferida, fere duas vezes.
  Mas a tempestade estava bem longe de cessar, a ferida só tinha sido aberta e acredite às vezes dói bem mais a cicatrização do que o acidente em si. Você perde o ponto de partida, o de chegada, esquece seus deveres, muda o caminho de casa, a única coisa que você sente, é exatamente o que você não deve sentir, mas ele não vem sozinho; vem acompanhado de um vazio inexplicável, e ninguém sabe do ardor até sofrer desse mal, até sentir entrelaçado em seus sonhos e dias a ausência da presença de quem já não é mais seu, de quem não ti diz mais respeito. Quando a dor não cabe mais no peito transborda pelos olhos, mas e quando os olhos incham demais?
  Então você vê o vento acalmar, a água diminuir, mas a chuva não passa, e o pior é que eu sei que vai pingar por um bom tempo ainda, que a possibilidade de trovejar e de tudo piorar não é baixa, porque eu tenho recaídas, nada mais do que sinais de vestígios e esses eu ainda posso ver na minha caixa de mensagens e na ultima pasta dentro de várias outras das minhas fotos no computador. 
   Hoje eu já não espero o meu celular tocar, quando agente tem uma dose muito alta de dor, acaba anestesiado, não posso me iludir e nem esperar algo de ninguém, ele queria que eu aprendesse a fazer, seguir, construir, então ótimo vamos lá, eu sou nova, bonita, inteligente, mais as pessoas se esquecem que eu sou apaixonada, mulher e burra. Então quando o aparelho toca, eu posso sentir o sangue passando por entre os cortes, por entre o vazio, e ele continua lá no mesmo lugar que os meus pensamentos, do mesmo jeito marrento e esquisito de todos os anos anteriores, mas... As palavras de carinhos não são ditas, as lamentações de saudades, o afeto espontâneo, é tudo tão contido agora, tudo tão planejado, nada sai daí sem ser severamente pensado e eu tive que me adaptar a isso também. Contudo, tudo continua a ser inexplicável, não tem jeito, eu posso passar horas no telefone com quem quer que seja, cinco minutos com ele me trás a adrenalina e o brilho que eu procuro desesperada e não encontro. 
  Coração? Eu não sei mais como ele esta, atualmente eu tenho procurado me ocupar de outras coisas, mesmo que essas coisas sejam, por exemplo, ‘como ser amiga do seu ex’, convenhamos eu pelo menos estou mudando o ângulo de visão, mudar de campo é um passo futuro, apesar de que sinceramente não sei se vai ser dado, enquanto lido com as imagens da minha memória eu consigo mesmo com dificuldades controlar-me, quando se tratar de carne e osso, quando se tratar de atração, de visão, tato; eu juro que não sei o que vai acontecer, o que vai ser do meu corte, dos meus olhos.
  Segue sua vida, porque eu juro que estou tentando com toda a minha força seguir a minha, o único problema é que dessa vez quando nós nos encontrarmos, eu vou ter que garantir que minha memória não vai sofrer novamente um lapso de amnésia, pois a dor que tinha se instalado pode voltar com o tempo, assim como a sua terrível ausência.

Libertar-se

É hora de mudar as coisas de lugar, trocar as fotos, as roupas e as fragrâncias marcadas. Lembranças não constroem nada, aliás, sinceramente, é mais confiável acreditar que lembranças são de fato algo que não nos diz mais respeito atualmente. Você tem que largar os vícios, fechar a porta e jogar a chave longe, muito longe, não deixá-la ali na última gaveta de seu criado-mudo ao lado de sua cama, para que quando ouvir algum sinal de ruído possa correr com o rosto cheio de esperança. Os ruídos não trazem a exatidão das palavras, eles não vão ti satisfazer, pois teus ouvidos estavam acostumados com as mais nobres canções, migalhas só iam te fazer retornar a fase de adaptação, mas você não tem que se adaptar, você tem que MUDAR. Alguém ai já viu um chocolate e tentou acreditar que ele era só para se ver e não para comer? Quem tentou não conseguiu, então não acredite em adaptações em relacionamentos, a carne é fraca e o coração é burro. Há portas que nunca mais devem ser abertas junto com as idas que não apresentam voltas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Talvez um lindo dia

...um dia daqueles que você realmente não espera nada, eventualmente nós nos encontraremos, e como nada entre nós é muito normal, ficaremos juntos. Eu sei, vão ser apenas algumas horas, alguns momentos, mas nós vamos encontrar velhos amigos, amigos que conhecem a nossa intimidade, nós iremos cantar velhas canções, eu vou estar com os meus cabelos bagunçados ao vento como sempre, falando sem parar de tudo que me aconteceu nos
longos momentos longe de ti, você vai estar me observando, rindo das minhas caras e de todas as confusões que eu arrumei. Eu irei resistir ao seu beijo por alguns minutos, por charme talvez, talvez por medo, mais depois você irá começar a dizer tudo que eu pararia o mundo pra ouvir, e muita coisa vai voltar a minha cabeça, todo aquele tempo em que nós estávamos aparentemente juntos, em que passávamos horas ao telefone, pelo simples fato de um estar escutando a respiração do outro, em que à distância de nossas casas não nos impedia de nos vermos todos os dias, nem se fosse pra um oi tímido, ou um abraço apertado, e a partir daí os nossos desejos nos guiavam, e não havia fuga, só havia entrega. O tempo em que as suas mãos sabiam exatamente o que fazer diante de mim, e nossos pensamentos se conectavam, sem palavras, nossos olhos, eles gritavam uma só coisa. E então irá cair uma única lágrima, fria, carregada de saudade, de necessidade, de dor, porque antes de você partir, fez questão de deixar em mim marcas que até nesse dia não poderão ser vasculhadas muito a fundo, afinal eu já não posso mais sangrar na sua frente, não dessa vez. Seus braços me envolverão, e seu cheiro, há, seu cheiro vai entrar na minha pele e certamente naquela noite eu não conseguirei dormir, você vai me olhar com aquela cara de sempre, de: Me perdoa. E depois de abrir aquele sorriso idiota, vai me dizer: ’Você sabe como foi diferente pra mim.’ Eu saberei que isso foi jogo sujo, mais o meu coração não, pois diante de você ele nunca sabe o que é errado ou não.
Então os seus lábios irão se aproximar delicadamente da minha pele, e os meus olhos já fechados vão temer encontrar os seus, eu vou sentir aquele antigo arrepio que já não me visitava há alguns anos, e instantaneamente nós vamos parar, assim, frente a frente, não havendo tempo, nem lugar, nem dor capaz de me tirar dali, capaz de me tirar de você.
  Sim, nós vamos nos entregar, e eu mais uma vez estarei pensando em você e esquecendo de mim, você vai me dar vários rodopios no ar, rindo, vai me relembrar os diversos apelidos carinhosos que já eram nossos há algum tempo, vai pegar o seu violão, vai cantar o que eu quiser, vai me falar coisas bonitas, coisas de amor, coisas que não entenderei, porque nem você entende. No final você insistirá para me levar em casa e eu não hesitarei, nos iremos demorar um bom tempo para andar, até porque com os seus braços me envolvendo e a sua boca me distraindo certamente me farão tropeçar, e provavelmente você me segure, me segure forte, se encha de mim, me fazendo só pensar em você. E então vai chegar o momento de tudo acabar, como sempre foi, como sempre tudo entre nós teve tempo contado, teve delimitações, eu estarei lá diante de um discurso rotineiro e você me surpreenderá com um beijo, com o seu beijo. Nós iremos ficar sem palavras por alguns minutos e não haverá tanto tempo assim para elas nesse momento, eu vou querer te soltar, mais não, eu sei que você não vai deixar, eu vou fazer você prometer que quando voltar vai me procurar, e você certamente irá jurar, com a condição da minha promessa de ficar bem, meu coração disparado vai travar os meus movimentos, mais você vai me lembrar mais uma vez de como respirar, nós vamos nos beijar pela ultima vez, um beijo sem explicações, e ponto. Nossos corpos vão ir se separando lentamente e nossas mãos se desgrudarão, eu voltarei para o ultimo toque dos meus lábios nos seus e você ficara olhando para mim sem dizer nada como sempre, então eu virarei e você também, mais nos vamos continuar nos olhando até onde for possível. E quando eu já não poder mais encontrar a sua imagem perfeita, o buraco que havia aqui dentro vai se abrir, com mais força, com mais ardência. E eu vou ter que ficar mais algumas semanas, ou talvez alguns meses pra me libertar parcialmente do seu efeito sobre mim, esperando o celular tocar, mais mesmo que ele não toque, e nem noticias suas eu saiba, quando eu ti encontra de novo, vai ser assim, exatamente assim, tudo vai acontecer, porque eu me conheço tão bem como conheço você.

Dois caminhos

  As pessoas escolhem seu caminho e quem neste vão estar sem se importarem com “aquelas” que ficam, com a mágoa ou com as feridas que podem ser fechadas apenas superficialmente. Quando se vai por um lado, seria sensato saber se as pessoas e acontecimentos que lá o esperam satisfazem completamente a perda do “outro”.
Se a resposta for sim, ainda se deveria voltar em quem foi deixado e a partir de então refletir sobre o que pode vir a acontecer e se você suportaria perdê-la por essa sua escolha.
  Hoje, onde só se percebe o erro depois do próprio feito, a sensatez e a paciência devem estar firmemente na cabeça daqueles que ainda se importam com os “seus”, porém um dia sem que haja a retribuição, elas se irão e as feridas se abrirão novamente.
Você então teria a sensibilidade de entender que magoou quem estaria do seu lado sempre, por um caminho novo e com pessoas erradas?

Estranho Poder

Não era propriedade minha e nem se quer comigo estava, mas era como se cada gesto, cada movimento e cada palavra fossem continuamente inspecionados pelos meus grandes olhos atentos, que pressentiam e calavam-se, insatisfeitos.
  Fúria incontrolável, inexplicável, que cega. O único sentimento que me faz perder a razão, como uma chama que queima e arde, porque só de imaginar me vem um arrepio estranho e incoerente. Eu nunca achei que estava certa, mas não deixei de resmungar com aquelas que sentia que estavam erradas. 
  O sorriso se ia e por mais que eu tentasse, não voltava aos meus lábios. Suas quentes mãos envolvendo cinturas alheias, seus olhos em outros e seu pensamento longe, rasgavam-me o peito e mudavam meu humor instantaneamente.
  Nós vivíamos tão distantes, mas era como se eu pudesse entender e prever seus atos e suas intenções, afinal aquele tempo todo juntos, pra alguma coisa tinha que me servir.
   Derramei inúmeras vezes, dolorosas lágrimas acompanhadas do sentimento de derrota e ódio. Eu queria tê-lo do meu lado, sempre, e faria o que fosse preciso pra isso. Passei dias sem falar, discutindo e acusando pessoas queridas que não tinham culpa do meu sentimento de posse e nem do meu grandioso vício.
  Por mais que tentasse, minha ira sempre falava mais alto, mas eu jamais entendi como pude ser viciada em algo que nunca havia provado e nem se quer me dizia respeito? O tempo passou, eu fui aprendendo a cuidar de quem cuida de mim, ele se foi, já nem sei mais por onde anda, me arrependo por ter me descontrolado tantas vezes. O ciúme ainda permanece aqui, rondando todos “os meus”, de um jeito ou de outro, mas o controle dele só depende de mim e eu aprendi a lidar com as minhas fraquezas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jogo complicado

  Escutar um: ‘Eu prometo’ atribuídos pelo cansaço do meu esforço diante de ti, já não satisfaz minhas mãos trêmulas e nem assegura o ritmo ofegante do meu coração. Eu te conheço a ponto de saber, que notícias suas eu não terei, sem que parta de mim, da minha angustia, da sua maldita falta. Talvez se uma noite de lua alta, daquelas em que o sono se perde na escuridão do silêncio, você pegue o seu violão e se deparando com o acaso, inconscientemente, seus dedos vão ti levar até aquela nossa antiga canção, sendo agora um toque baixo, meio fora do ritmo, sem letra nenhuma. Irá pensar em mim por alguns minutos, mais nada que não seja esquecido quando a música acabar e os seus olhos encontrarem outra distração.
  Eu entrei nesse jogo sabendo que eu ia acabar jogando sozinha, mais sabe quando o clima, o tabuleiro, os adversários, são perfeitamente encaixados nos seus planos, do seu jeito? E eu me adaptei á pessoas inadaptáveis. Olha, o que eu fiz, ninguém faz sabendo que é um simples jogo não, o seu jeito de amar é assim tão diferente, tão confuso, e quando você fala que no fundo eu sei como é, eu acredito sabendo que é incerto, prematuro.
  Te tirar da minha vida vai ME trazer volta, uma troca mútua, como se eu tivesse passado anos mergulhada num lago e agora estivesse de volta a superfície. Mais a maior questão disso tudo é: Será que eu já não estava acostumada com os peixes lá do fundo, que só meus olhos viam, e com aquela úmida escuridão? Será mesmo que a luz ardente aqui de fora e o excesso de oxigênio vão ser assim tão melhor pra mim, como dizem? E será ainda que acima de tudo eu quero voltar a viver nesse mundo?
  Eu juro que não sei se ti trocaria por mim, até porque agora eu ainda não consigo nos separar por completo, sem que fique alguma careta parecida ou alguma mania exatamente igual, nós passamos tempo demais e pouca coisa não passou por nós.
  Duvido que encontre alguém que te acostume tão mal como eu fiz, e duvido mais ainda que eu encontre alguém que me desestruture tão bem como você faz. Mas afinal, o que fomos mesmo? Talvez se tivéssemos descoberto ha tempo do início da partida, as rodadas teriam sido diferentes e mais bem explicadas, mais claras, nós jogamos no escuro, e mesmo assim esperamos por um novo jogo inesperado qualquer dia desses.

A verdade é ...

A verdade é que não devemos sonhar com o príncipe encantado, às vezes ele não é assim tão certo e nem está disposto a nos seguir, mas ainda acredito que devemos E S P E R A R, e ele chegará um dia, assim como em um desses, nos deixará. Tudo tem a sua duração exata, da qual traz benefícios a ambas as partes, e cada qual tem um determinado tempo, mas todos, sem exceção tem seu final com próprios motivos. É aí então que entra aquele antigo ditado, 'O valor das coisas não esta no tempo que elas duram, mais sim na sua intensidade' e eu boto muita fé nisso, temos que saber lidar com as perdas e não nos satisfazermos apenas com as vitórias, pois elas sempre estão em estado de mutação, então cada minuto é único. Chorar não adianta, mas liberta, desabafa, e é por isso que eu choro sempre que quero, independente de hora ou lugar, não me importa o que os outros pensam sofre a minha fragilidade, força não se mede pelo tanto de água que cai dos seus olhos, mas sim pela sua capacidade de se levantar diante dos desafios. Maturidade não vem com o tempo e nem com as experiências, maturidade se dá através da sua vontade de tê-la, quem não quer mudar e crescer, não evolui. Mas eu não culpo os que não há possuem, às vezes até acredito que é melhor crescer mais tarde, viver sem responsabilidade por mais tempo, mas foi ESCOLHA minha não optar por esse caminho. Amores não vêm e vão, isso é coisa de paixão, e mesmo estes primeiros não duram eternamente, mas são alucinantes enquanto duram. Ir aos poucos; este é o segredo, e acredite, dá certo, pelo menos por um tempo. Eu só não acredito em amor à primeira vista, ninguem gosta do livro só de olhar a capa, é preciso lê-lo, avaliar e a partir daí então estabelecer a sua opinião sobre este, e isso dura tempo, não apenas alguns minutos e impressões. Saudade não se controla, não se mede, saudade corta, machuca, nos faz viajar no tempo, reviver, mas reencontrar algo quando já não se tem há tempos é indescritível, irreal. Cada um constrói o seu destino, mas quando algo foi predestinado a estar nele, estará, não duvide disso. Assim como há coisas que nunca serão nossas, há outras que sempre por direito foram e vão continuar a ser, porque cada um sabe lidar com aquilo que possui mais afinidades e jamais vento nenhum leva a tal da intimidade.
Confiança se conquista e eu aprendi da maneira mais difícil, que mesmo com toda a força de vontade do mundo, quando esse sentimento se quebra, se perde pra sempre, não há fidelidade pelas metades e não há dor de brincadeira. É preciso ter força, amigos e esperanças para seguir, e essencialmente perspicácia para conseguir estar aqui.