sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Auto-retrato

  Talvez depois de tanto tempo de convivência contínua, consiga te descrever. Pelos seus relacionamentos, há quem diga que essa mulher é a força e a revolta em pessoa, há quem diga também que é a paciência e a dona de sábias palavras que está sempre disposta e consciente do que fala, e há ainda aqueles que lhe julgam chorona, cheia de incertezas e nada certa do que fazer ou falar.  
  Confesso que aqueles altos e baixos freqüentes nunca me satisfizeram, te fitar na festa toda morena e bonita, alegre, comunicativa, deduzindo logo o humor ultrapassando teus lábios e transparecendo, envaidecendo os que te cercam, atraindo os que não lhe conhece, e então contrariando toda essa imagem de mil amigos e gargalhas até o amanhecer, vem àquela cara de insatisfação, acompanhada de poucas palavras e o celular na mão, o andar mais lento e menos seguro, os olhos soltos na vaga impressão de que a oscilação momentânea acaba de lhe atingir.
  Lhe falta as palavras quando você mais precisa, sempre, e em várias outras situações lhe sobram as mesmas, contraditório, esquisito. Essa é a resposta pra suas últimas perguntas, você é tão complicada quanto quem ti cerca, tão confusa e indecisa quanto quem ti prende e tão teimosa quanto quem lhe contradiz.
  Você sabe jogar, sabe articular até mesmo quando desconhece os adversários, mas não lida bem com perdas ou despedidas, estas lhe remete marcas antigas, lágrimas ardidas e incontroláveis, portanto, enquanto puder vai estar em contato com os poucos amigos muito bem cultivados.
  Impressionante mesmo é tua visão de mundo e espaço, já vi sua opinião mudar diversas vezes, assim como já vi também o turbilhão de influências chegarem arrebentando entre as paredes e você com sua serenidade instável, alterar as idéias da avalanche em questão de segundos.
  Vai tratar essa íra que ti envolve e ti faz explodir, cuida dessa fome, dessa ferida, dessa espontaneidade. Controla sua exaltação e contenha os desejos, fale menos, não seja assim tão anti-social, regule suas necessidades, não chore tanto, não dê tamanhas gargalhadas. Será que não pode fazer uma única coisa sem utilizar da sua íntima arte de exagerar?
  Parei de escrever, já ultrapassei novamente a linha, mais uma vez., exagerei  

4 comentários:

  1. Nossaaa, fiquei admirado. Talvez mais agora do que antes, quando a Bru me dissera que tu escrevias...

    Antes de mais nada, prazer e obrigado.

    obrigado não só por gostar do meu blog, mas por transcrever ditas fábulas perfeitas em seu blog.

    Vou começar a seguir e sempre me atualizar sobre ele.

    Não exagerou não e por favor...não pare!

    Fica com Deus

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  2. dom de escrever é outra coisa né?! voce é incrivel! parabens isa s2

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  3. Isaaa amiga parabens as suas palavras sempre sao maravilhosas ,continue sempre escrevendo viu...
    Saudades..
    Anna =)

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